terça-feira, 29 de dezembro de 2009

dica 0005 - Amar nadar


Há quem diga que sexo é a melhor coisa do mundo. Outros, mais poéticos, fazem uma distinção entre sexo e amor. Tudo uma grande bobagem. A melhor coisa do universo, e consequentemente do mundo, é nadar. Sempre que um baixo-classista ver uma piscina deve, inexoravelmente, se atirar nela, tal qual um viciado em heroína se atiraria nesta droga após uma grave crise de abstinência, ou, mais vorazmente ainda, deve se atirar tal como o Ronaldo faria se visse um travesti feio. Saia da piscina e pule de volta, repetidas vezes. Preferencialmente molhando todos ao seu redor, e estampando um sorriso de legítima felicidade, felicidade esta que os médio-classistas jamais experimentarão. Pobres coitados, tão acostumados a terem piscinas nos pilotis de seus prédios que desenvolveram uma insensibilidade à tal maravilha. Mas isto não é problema seu. Se porventura você dividir um ambiente contendo uma piscina com um ou mais médio-classistas, insista, entre um pulo e outro, para que eles saboreiem desse manjar dos deuses que é a piscina. E quanto aquele seu tio barrigudo que morreu no mar após beber litros de cerveja oriunda de caixas de isopor, não se preocupe: Ele morreu feliz.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

dica 0004 - Abominar a prática da leitura


Imagine se hoje, em pleno século xis xis um, as pessoas andassem com uma vitrola debaixo do braço ao invés de aipodis. Imaginem se as viagens intercontinentais se dessem através de caravelas ao invés de aviões. Imaginem se ao invés de camisinhas de látex utilizássemos camisinhas feitas de tripas de animais, como no Egito antigo. É claro que nada disto acontece neste mundo evoluído. Bem, quase tudo, afinal, o último fato ainda ocorre em algumas regiões do Ceará. Mas existe um hábito igualmente repulsivo, irracional e bárbaro que algumas pessoas insistem em manter, não obstante a existência e extensiva disseminação de uma tecnologia alternativa que não somente substitui maestralmente este hábito ultrapassado como elimina completamente a necessidade deste. Estou dizendo do perverso habito de "leitura", que muitas pessoas (provavelmente pederastas médio-classistas) mantêm, sob o logro de que isto é um "hábito culto". Ora, você sabe muito bem que isto não passa de pederastia pseudo-intelectual! Para que ler se você possue uma televisão, que substitue totalmente esta antiga técnica suméria de sujar algo com caracteres. E na televisão você pode absorver o conhecimento de filósofos atualizados, como fausto Silva e Gugu Liberato. Muito melhor que dinossauros como Sócrates ou Nietzsche, que nunca viram um computador na vida. Portanto, nunca mantenha livros em sua residência, mas tenha sempre uma tv de qualidade logo na sala, aonde você pode se amontoar com sua extensa família de classe baixa para assistir a novelas ou jogos de futebol.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dica 0003 - Transar com estrangeiros




A primeira coisa que o europeu fez quando chegou ao brasil foi transar com as nativas, disseminar doenças, espalhar a guerra, caos e destruição (Nesta ordem). Todas demais atitudes não mais ocorrem, com notável exceção da primeira. E é justamente isto que uma autêntica baixo-classista deve fazer para ganhar mais status na classe. E como geralmente os estrangeiros são mais respeitosos com a mulher (leia-se: bobos e sem iniciativa), convém que você parta agressivamente, oferecendo seus serviços íntimos com tanta maestria quanto um camelô oferece suas capinhas de celulares e dvd’s piratas (que nunca são o filme que está na capa). Se possível, não use camisinha. Afinal, você viu a cara dele e viu que ele não tem aids. E se você for homem também é possível se beneficiar disto, embora seja muito mais difícil. Afinal, qualquer mulher feia e pobre provavelmente consegue transar com qualquer um desde que seja bem liberal, liberando tudo inclusive. Mas para você homem baixo-classista conseguir isto, é impreenscindível que seja negro e usuário de drogas anabolizantes, além de morar no ápice do desenvolvimento baixo-classista brasileiro, o nordeste. Convém salientar que nem todo estrangeiro rende pontos, alguns podem inclusive diminuírem seu prestigio perante a classe. Os mais valiosos sãos os moradores de dois países da América do norte, chamados “América” e “Europa”. Estrangeiros daquele país chamado “África” subtrairiam pontos , mas felizmente desde que o tráfico negreiro acabou não temos mais relações diplomáticas com este país. Agora, muito cuidado com os “japoneses”, termo genérico que engloba qualquer asiático, incluindo aí chineses, coreanos e etcs. Transar com um japonês é extremamente prejudicial à sua reputação, afinal, eles são esquisitos e têm o pinto pequeno (inclusive as mulheres).

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dica 0002 - Empregar o português criativamente (falar errado)


Se você for um baixo-classista, as chances são de que os médio-classistas considerem a maneira que você fala errada. Porém, não se deixe abalar. Você é tão somente uma pessoa altamente criativa, um dos grandes expoentes da revolução gramática que percorre este país. E isto não é fácil, você deve seguir várias regras desta nova língua, como por exemplo: Gerundísmo. Uma sofisiticada maneira de se expressar, que consiste na interpolação de tempos verbais antes considerados imiscíveis. Uma frase clássica que demonstra claramente a beleza de tal sofisticação eloquente é “vou estar te ligando”, difundida pelos maiores idealizadores do gerundismo, que por sinal são excelentes integrantes da classe baixa, os operadores de telemarketing. Como outros exemplos podemos citar a recusa enérgica em respeitar a concordância verbal, proferindo frases empregando simultanemente passado e futuro, algo que não pode ser compreendido pelos primitvos cérebros dos médio-classistas, e que demonstra o espírito guerreiro e contestador da classe. Um bom exemplo de portugues criativo pode ser adquirido observando a fala de alguns ícones da classe, como respeitáveis traficantes.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

dica 0001 - Nacionalismo Gastonômico


Um escritor desconhecido, e provavelmente pederasta, chamado George Bernard Shaw disse que nacionalismo é a idéia de que o seu país é o melhor de todos pois você nasceu nele. Mas você, como bom baixo-classista, não tem idéia coisa nenhuma: Você tem é certeza disto, inclusive de que o brasil é o melhor para se viver. E tal posição não se limita à uma simples declaração, invadindo vários aspectos da vida do indivíduo. E uma destas é exatamente o hábito de alimentação. Sendo o maior expoente da culinária estrangeira neste país a japonesa, seja especialmente crítico à esta. Por exemplo, jamais, em hipótese alguma, diga “comida japonesa”. Chame de “peixe cru”, independentemente da existência de alimentos dentro da culinária japonesa que jamais poderiam ser considerados “peixe cru” . Um agravante desta culinária, que deve ser motivo o bastante para um desdém completo, é que ela é típica de médio-classistas e aspirantes. Você, como baixo-classista conformado e feliz deve então desdenha-la sempre que possível, demonstrando assim, indiretamente, sua superioridade. Inclusive, é perfeitamente aceitável detestar “peixe cru” mesmo sem jamais ter experimentado tal repugnância. Aliás, não somente é uma atitude legítima dentro da classe, como também é ideal, pois demonstra que você está tão sintonizado com os valores da classe que nem precisa experimentar o alimento para ter certeza de que é horrível, pois sua sincronia com a classe baixa é tão alta que você recebe osmoticamente todas as informações necessárias. Para complementar, termine fazendo uma defesa apaixonada da comida de verdade, que além de saborosa não tem nada de nojento: Feijão tropeiro, torresmo, linguiça, dobradinha, e demais.
Outro ponto é o nacionalismo futebolístico, mas isto é assunto para outro post.

Introdução

Reservo este primeiro post para apresentar o blog. Convém salientar que baixo-classista e pobre, embora muitas vezes sinônimos, nem sempre o são. Enquanto o segundo pode ser definido como alguém que disponha de parcos recursos financeiros, o primeiro demanda uma explicação mais complexa. Baixo-classista é aquele que é feliz como pobre, e ostenta isto orgulhosamente, se opondo à todo e qualquer hábito de seus rivais naturais, os médio-classistas. Embora verdade que, via de regra, quase todo pobre é baixo-classista, existem exceções, como por exemplo traficantes, que possuem dinheiro mas não abdicam jamais os valores da classe, assim como existem pobres que se alheiam à natural escolha de associação à classe baixa. Geralmente estes últimos são chamados de “preto de alma branca”, ou outra denominação igualmente preconceituosa.

Os baixo-classistas, assim como os maçons, testemunhas de Jeová, ou a comunidade gay, empregam diversas técnicas para se identificarem como um grupo coeso. Estas técnicas que serão exploradas e destrinchadas neste blog, para que o mesmo sirva de manual de conduta à todo baixo-classista que pretenda galgar degraus nesta sociedade.